Arrependimento, expiação, prova, reparação
O bem é tudo o que é conforme à lei de Deus, e o mal tudo o que desta se afasta. Assim, fazer o bem é conformar-se à lei de Deus; fazer o mal é infringi-la.[1]
Parece haver, por parte de muitas pessoas, uma certa dificuldade para entender suas relações com as leis divinas. Talvez isso se dê por causa da ideia equivocada que se tem sobre a justiça divina e a maneira como ela se processa. Essa situação de dúvida é geradora de incredulidade, podendo causar sofrimento e mesmo o afastamento do homem de seu Criador.
Como na escala dos mundos a Terra é um dos mais inferiores, nela habitam homens imperfeitos que, vendo-se fragilizados pelas faltas cometidas, e muitas vezes sem forças para lutar, temem buscar em Deus o auxílio de que necessitam para retomar o caminho do bem, adiando assim sua própria felicidade.
Com as luzes do progresso intelecto-moral a humanidade abandonou a ideia das penas eternas e, por conseguinte, a ideia de inferno como lugar de punição e de um céu para a ociosidade eterna.
No entanto, mesmo tendo abandonado essas ideias equivocadas, o homem ainda se debate para compreender como deve se comportar diante dos reveses da vida e perante as leis de Deus, inscritas em sua própria consciência.
À Ciência espírita estava reservada a tarefa de esclarecer o homem sobre como se processa a justiça divina com vistas ao aperfeiçoamento moral das criaturas.
Essa Doutrina veio trazer um novo conceito inerente à lei de progresso, de adiantamento moral da humanidade, quando ocorre de o homem infringir as leis divinas e se afastar do caminho do bem. Esse conceito é o de: REPARAÇÃO.
Nosso objetivo é buscar, nos textos de Kardec, uma melhor compreensão das palavras ARREPENDIMENTO, EXPIAÇÃO, PROVA e REPARAÇÃO, para que possamos compreender o que elas significam no contexto da doutrina espírita.
Algumas considerações sobre os termos: arrependimento e penitência.
Comecemos pelo arrependimento, que é o primeiro movimento da alma infratora, rebelde ou, como se diz comumente, pecadora, que deseja reajustar-se às leis divinas.
A palavra francesa utilizada por Kardec, referindo-se ao arrependimento, foi repentant. E aqui vale uma breve reflexão sobre esse termo, para que possamos compreender melhor a ideia que lhe está associada na ciência da alma.
A palavra repentant é relativa a Repentance, que “é a dor que se experimenta pelos pecados e que leva a uma mudança de atitude chamada conversion [conversão]. Esses dois estados, repentance e conversion, são de tal forma solidários, tão organicamente ligados, que o Antigo Testamento os exprime frequentemente por uma mesma palavra, tanto uma leva à outra. O arrependimento do pecado consiste em ‘voltar’, em ‘retornar’ a Deus.
Ocorre que a Igreja católica romana substituiu a noção de repentance [arrependimento] pela de penitence [penitência], que tomou na tradução latina do Novo Testamento (Vulgata).[2] A penitência, da qual a Igreja romana fez um sacramento, é mais uma atitude eclesisástica e ritual do que uma transformação moral profunda. Ela corresponde à concepção católica da salvação pelas obras.” [3]
Em que isso poderia comprometer o nosso entendimento?
Primeiramente, por que Kardec jamais utilizou as palavras penitence (penitência) e penitent (penitente), e isso porque certamente sabia que essas palavras são carregadas de significados que não correspondem à verdadeira noção de arrependimento proposta pelo Espiritismo. Nas obras de Kardec em língua francesa encontram-se essas palavras, mas somente nos textos em que estavam originalmente inseridas, como é o caso das citações do Novo Testamento. Acontece que alguns tradutores, ao verterem os textos originais de Kardec para o português, substituíram o termo repentance, que deveria ser traduzido por arrependimento, por penitente, o que compromete seriamente a ideia.
O termo penitência, que deu origem à palavra penitenciária, traz em si um certo peso, uma ideia de punição, de castigo; sugere uma pena imposta por um tribunal, e não uma transformação moral profunda e voluntária, fruto do amadurecimento do senso moral, como é o caso do arrependimento. Embora nos dicionários da língua portuguesa as palavras arrependimento e penitência geralmente apareçam como sinônimas, o significado de penitência que predomina é: “Pena imposta pelo confessor. Um dos sete sacramentos da Igreja. Qualquer sacrifício para expiação de pecados (jejuns, orações etc.). Castigo. Incômodo, tormento.”[4] “Castigo público imposto pelo tribunal da Inquisição.”[5]
Como não comprometer o entendimento do significado de uma palavra que traz a ideia de transformação moral profunda e voluntária, quando a substituímos por outra que traz a de uma imposição de outro tribunal que não seja o da própria consciência do infrator?
É possível submeter alguém à força, exigir uma abjuração, uma confissão que não venha da intimidade, mas não é isso o que faz a alma dobrar-se sobre si mesma, como é o caso do arrependimento.
Outro inconveniente bem pode ser o de confundirmos o verdadeiro sentido do arrependimento com práticas exteriores, ou obras feitas para agradar a Deus com intuito de obter seu perdão, sem corrigirmos nossos pensamentos, sentimentos e atos. Eis o que escreveu Kardec sobre este assunto:
“O arrependimento é o primeiro passo para a melhoria; mas não basta por si só, é preciso ainda a expiação e a reparação.
Arrependimento, expiação e reparação são as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências.
O arrependimento suaviza as dores da expiação, porque traz a esperança e prepara o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa; o perdão seria então uma graça e não uma anulação.
“O arrependimento pode dar-se por toda parte e em qualquer tempo; se for tardio, o culpado sofre por mais tempo.
A expiação consiste nos sofrimentos físicos e morais, que são a consequência da falta cometida, seja desde a vida presente, seja, após a morte, na vida espiritual, seja numa nova existência corporal, até que os últimos traços da falta sejam apagados.” [6]
Kardec, sempre coerente em todos os preceitos da Doutrina, referindo-se aos Espíritos que ainda não foram tocados de arrependimento, não os chama de impenitentes, chama-os de endurecidos.
Os maus Espíritos são aqueles que ainda não foram tocados de arrependimento; que se deleitam no mal e nenhum pesar por isso sentem; que são insensíveis às reprimendas, repelem a prece e muitas vezes blasfemam do nome de Deus. São essas almas endurecidas que, após a morte, se vingam nos homens dos sofrimentos que suportam, e perseguem com o seu ódio aqueles a quem odiaram durante a vida, seja pela obsessão, seja exercendo sobre eles qualquer influência funesta.
Referindo-se aos Espíritos arrependidos, diz o Mestre:
Seria injusto incluir na categoria dos maus Espíritos os Espíritos sofredores e arrependidos que pedem preces; estes últimos podem ter sido maus, porém, já não o são desde o momento que reconhecem suas faltas e as lamentam; são apenas infelizes; alguns começam mesmo a gozar de uma felicidade relativa.[7]
Expiações, provas e reparação
Vejamos agora a palavra EXPIAÇÃO, conforme o próprio Kardec a define:
Pena que sofrem os Espíritos em punição de faltas cometidas durante a vida corporal. A expiação, como sofrimento moral, se dá no estado errante; como sofrimento físico, ela se dá no estado corporal. As vicissitudes e os tormentos da vida corporal são, ao mesmo tempo, provas para o futuro e uma expiação para o passado.[8]
No entanto, “A expiação, no mundo dos Espíritos e na Terra, não é um duplo castigo para o Espírito; é o mesmo que continua na Terra, como complemento, com vistas a lhe facilitar sua melhora por um trabalho efetivo; depende dele tirar disso proveito. Não lhe é preferível voltar à Terra com a possibilidade de ganhar o céu, a ser condenado a deixa-la sem remissão? Essa liberdade que lhe é concedida é uma prova da sabedoria, da bondade e da justiça de Deus, que quer que o homem tudo deva aos seus esforços e seja o artífice do seu futuro; se é infeliz, e o é por mais ou menos tempo, não pode disso se queixar senão de si mesmo: a via do progresso lhe está sempre aberta.[9]
Ainda segundo o Mestre, o que são PROVAS:
Vicissitudes da vida corporal pelas quais os Espíritos se depuram de acordo com a maneira como as sofrem. Segundo a doutrina espírita, o Espírito livre do corpo, reconhecendo sua imperfeição, escolhe ele mesmo, por um ato de seu livre-arbítrio, o gênero de provas que julga o mais próprio ao seu adiantamento, e que sofrerá em uma nova existência. Se escolher uma prova acima de suas forças ele sucumbe, e seu adiantamento é retardado.[10]
De tudo o que foi dito acima, nota-se claramente que a liberdade do infrator é sempre preservada, inclusive na escolha das provas por que terá de passar. E isso é perfeitamente compreensível no processo de reabilitação moral do Espírito imortal, uma vez que o que prescrevem as leis divinas é o progresso efetivo, a regeneração do transgressor, e não um sofrimento que nada produza de útil.
E quanto à REPARAÇÃO, como entendê-la no contexto da ciência espírita? Vejamos o que dizem os Sábios da imortalidade:
“A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal. Aquele que não repara as suas faltas nesta vida, por fraqueza ou má-vontade, se encontrará, numa existência ulterior, em contacto com as mesmas pessoas que dele tiveram queixas, e em condições escolhidas por ele mesmo, de maneira a poder lhes provar seu devotamento, e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha feito.
Nem todas as faltas trazem prejuízo direto e efetivo; nesses casos, a reparação se realiza fazendo-se o que se deveria fazer e não foi feito, cumprindo os deveres negligenciados ou desprezados, as missões em que se faliu; praticando o bem em contrapartida ao que se fez de mal: isto é, sendo humilde se foi orgulhoso, afável se foi áspero, caridoso se foi egoísta, benevolente se foi malevolente, laborioso se foi preguiçoso, útil se foi inútil, temperante se foi dissoluto, bom exemplo se o foi mal, etc. É assim que o Espírito progride tirando proveito do seu passado.”
“A necessidade da reparação é um princípio de rigorosa justiça que podemos considerar como a verdadeira lei de reabilitação moral dos Espíritos. É uma doutrina que nenhuma religião havia ainda proclamado.
Entretanto, algumas pessoas a repelem porque acham mais cômodo poder apagar seus malefícios por um simples arrependimento, que não custa mais que palavras e a ajuda de algumas fórmulas; crendo-se assim quites, verão mais tarde se isso lhes basta. Poderíamos lhes perguntar se esse princípio não é consagrado pela lei humana, e se a justiça de Deus pode ser inferior à dos homens? Se se dariam por satisfeitas com um indivíduo que, tendo-as arruinado por abuso de confiança, se limitasse a dizer que lamenta infinitamente. Por que recuariam diante de uma obrigação que todo homem honesto se impõe cumprir como um dever, na medida de suas forças?
Quando esta perspectiva da reparação for inculcada na crença das massas, ela será um freio bem mais poderoso que o inferno e as penas eternas, porque ela diz respeito à atualidade da vida, e o homem compreenderá a razão de ser das circunstâncias penosas de onde ele se acha colocado.[11]
A expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação
Em face de tudo o que foi exposto poderíamos supor que todo sofrimento experimentado nesta vida resulta de uma falta cometida, mas assim não é. Vejamos o que dizem os Espíritos:
“Não há crer, no entanto, que todo sofrimento suportado neste mundo denote a existência de uma determinada falta. Muitas vezes são simples provas buscadas pelo Espírito para concluir a sua depuração e apressar o seu progresso. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação. Provas e expiações, todavia, são sempre sinais de relativa inferioridade, porquanto o que é perfeito não precisa ser provado. Pode, pois, um Espírito haver chegado a certo grau de elevação e, nada obstante, desejoso de adiantar-se mais, solicitar uma missão, uma tarefa a executar, pela qual tanto mais recompensado será, se sair vitorioso, quanto mais rude haja sido a luta. Tais são, especialmente, essas pessoas de instintos naturalmente bons, de alma elevada, de nobres sentimentos inatos, que parece nada de mau haverem trazido de suas precedentes existências e que sofrem, com resignação toda cristã, as maiores dores, somente pedindo a Deus que as possam suportar sem murmurar. Pode-se, ao contrário, considerar como expiações as aflições que provocam queixas e impelem o homem à revolta contra Deus.
Sem dúvida, o sofrimento que não provoca queixumes pode ser uma expiação; mas é indício de que foi buscada voluntariamente, antes que imposta, e constitui prova de forte resolução, o que é sinal de progresso.” [12]
Então uma expiação pode ser imposta? E como ficaria a liberdade? Consultemos os Espíritos:
Como pode o Espírito, que, em sua origem, é simples, ignorante e carecido de experiência, escolher uma existência com conhecimento de causa e ser responsável por essa escolha?
“Deus lhe supre a inexperiência, traçando-lhe o caminho que deve seguir, como fazeis com a criancinha. Pouco a pouco, porém, à medida que o seu livre-arbítrio se desenvolve, deixa-o senhor de proceder à escolha, e só então é que muitas vezes lhe acontece extraviar-se, tomando o mau caminho, por desatender os conselhos dos Espíritos bons. A isso é que se pode chamar a queda do homem.”
- Quando o Espírito goza do livre-arbítrio, a escolha da existência corporal dependerá sempre exclusivamente de sua vontade, ou essa existência lhe pode ser imposta, como expiação, pela vontade de Deus?
“Deus sabe esperar, não apressa a expiação. Todavia, pode impor certa existência a um Espírito, quando este, pela sua inferioridade ou má-vontade, não se mostra apto a compreender o que lhe seria mais benéfico, e quando vê que tal existência servirá para a purificação e o progresso do Espírito, ao mesmo tempo que lhe sirva de expiação.”[13]
Os Espíritos em expiação vieram de outros mundos: são exóticos na Terra
O Epiritismo vem nos esclarecer, também, sobre a situação do mundo em que vivemos:
“A Terra pode ser considerada ao mesmo tempo um mundo de educação para os Espíritos pouco avançados, e de expiação para os Espíritos culpados. Os males da humindade são consequência da inferioridade moral da maioria dos Espíritos encarnados. Pelo contato de seus vícios, eles se tornam reciprocamente infelizes e punem-se uns aos outros. [14]
Vejamos o que diz Santo Agostinho sobre esse assunto:
(…) “Nem todos os Espíritos que encarnam na Terra vão para aí em expiação. As raças a que chamais selvagens são formadas de Espíritos que apenas saíram da infância e que na Terra se acham, por assim dizer, em curso de educação, para se desenvolverem pelo contacto com Espíritos mais adiantados. Vêm depois as raças semi-civilizadas, constituídas desses mesmos Espíritos em via de progresso. São elas, de certo modo, raças indígenas da Terra, que aí se elevaram pouco a pouco em longos períodos seculares, algumas das quais hão podido chegar ao aperfeiçoamento intelectual dos povos mais esclarecidos.
“Os Espíritos em expiação, se nos podemos exprimir dessa forma, são exóticos, na Terra; já viveram noutros mundos, donde foram excluídos em consequência da sua obstinação no mal e por se haverem constituído, em tais mundos, causa de perturbação para os bons.[15] Tiveram de ser degredados, por algum tempo, para o meio de Espíritos mais atrasados, com a missão de fazer que estes últimos avançassem, pois levam consigo inteligências desenvolvidas e o gérmen dos conhecimentos que adquiriram. Daí vem que os Espíritos em punição se encontram no seio das raças mais inteligentes. Por isso mesmo, para essas raças é que de mais amargor se revestem os infortúnios da vida. É que há nelas mais sensibilidade, sendo, portanto, mais provadas pelas contrariedades e desgostos do que as raças primitivas, cujo senso moral se acha mais embotado.”
“A Terra, conseguintemente, oferece um dos tipos de mundos expiatórios, cuja variedade é infinita, mas revelando todos, como caráter comum, o servirem de lugar de exílio para Espíritos rebeldes à lei de Deus. Esses Espíritos têm aí de lutar, ao mesmo tempo, com a perversidade dos homens e com a inclemência da Natureza, duplo e árduo trabalho que simultaneamente desenvolve as qualidades do coração e as da inteligência. É assim que Deus, em sua bondade, faz que o próprio castigo redunde em proveito do progresso do Espírito.”[16]
Se assim é, e se não pertencemos às raças chamada selvagens ou indígenas da Terra, somos os Espíritos em expiação, somos exóticos neste mundo, ou seja, vivemos em outros mundo e para cá fomos degredados, como alunos expulsos da escola por causa de sua rebeldia…
Assim fica mais fácil compreender as palavras do Espírito de Verdade, quando diz:
“Venho, como outrora, entre os filhos transviados de Israel, trazer a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me. O Espiritismo, como outrora a minha palavra, deve lembrar aos incrédulos que acima deles reina a imutável verdade: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinem as plantas e se levantem as ondas. Revelei a doutrina divinal. Como um ceifeiro, reuni em feixes o bem esparso na Humanidade e disse: “Vinde a mim, todos vós que sofreis.”
Mas os homens ingratos se desviaram do caminho reto e largo que conduz ao reino de meu Pai e enveredaram pelas ásperas sendas da impiedade. Meu Pai não quer aniquilar a raça humana; quer que, ajudando-vos uns aos outros, mortos e vivos, isto é, mortos segundo a carne, porquanto não existe a morte, vos socorrais mutuamente, e que se faça ouvir não mais a voz dos profetas e dos apóstolos, mas a dos que já não estão mais no corpo, a clamar: Orai e crede! pois a morte é a ressurreição, e a vida a prova escolhida, durante a qual as virtudes que houverdes cultivado crescerão e se desenvolverão como o cedro.
Homens fracos, que compreendeis as trevas das vossas inteligências, não afasteis o facho que a clemência divina vos coloca nas mãos para vos clarear o caminho e reconduzir-vos, filhos perdidos, ao regaço de vosso Pai.
Sinto-me por demais tomado de compaixão pelas vossas misérias, pela vossa fraqueza imensa, para deixar de estender mão socorredora aos infelizes transviados que, vendo o céu, caem nos abismos do erro. Crede, amai, meditai sobre as coisas que vos são reveladas; não mistureis o joio com a boa semente, as utopias com as verdades.
Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: “Irmãos! nada perece. Jesus-Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade.”[17]
Encerramos com um apelo afetuoso do nosso querido Lamennais:
“Pobres ovelhas desgarradas, sabei ver o bom Pastor que vem de longe e que em vez de querer banir-vos para sempre de sua presença, ele mesmo vem ao vosso encontro para vos reconduzir ao aprisco. Filhos pródigos, deixai o vosso exílio voluntário; dirigi vossos passos para a morada paterna: o pai vos estende os braços e está sempre pronto a festejar o vosso retorno à família.”[18]
TC 25/03/2012.
[1] O livro dos Espíritos, item 630.
[2] Tradução feita por São Jerônimo, no século IV.
[3] Dictionnaire Encyclopédique de la Bible A. Westphal – Repentance.
[4] Michaelis – Moderno dicionário da língua portuguesa, verbete: penitência.
[5] Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, vocábulo: penitência.
[6] O Céu e o Inferno, cap. VII - As penas futuras - Código penal da vida futura, 16ª.
[7] O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVIII - Coletânea de preces espíritas - IV - Preces pelos que já não são da terra - Pelos Espíritos arrependidos, item 73.
[8] Instruções práticas sobre as manifestações espíritas - Vocabulário Espírita – EXPIAÇÃO.
[9] O Céu e o Inferno - Primeira Parte – Doutrina, cap. V - O Purgatório, item 6.
[10] Instruções práticas sobre as manifestações espíritas - Vocabulário Espírita – PROVAS.
[11] O Céu e o Inferno, cap. VII - As penas futuras - Código penal da vida futura, 17ª e comentário de Kardec.
[12] O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V - Bem-aventurados os aflitos -Causas anteriores das aflições, item 9.
[13] O Livro dos Espíritos, item 262
[14] O que é o Espiritismo? Cap. III, item 132.
[15] Veja-se: Doutrina dos Anjos decaídos e da perda do Paraíso, em A Gênese, cap. XI - Gênese espiritual, itens 43 a 49.
[16] O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III - Há muitas moradas na casa de meu Pai - Instruções dos Espíritos - Mundos de expiação e de provas, itens 14 e 15.
[17] O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI - O Cristo consolador - Instruções dos Espíritos - Advento do Espírito de Verdade, item 5.
[18] Revista Espírita, novembro de 1860 - Dissertações espíritas - Os inimigos do progresso.